"Uma das regiões mais populosas e ativas do Rio antigo, a freguesia de Santana tinha como ponto focal a famosa Praça Onze, em torno da qual girava a vida da comunidade. O bairro, conhecido pela sua ligação com a história do samba, abrigava diversas indústrias, lado a lado com residências, comércio, diversão e atividades culturais.
A primeira escola municipal, no coração da Praça Onze
As necessidades educacionais da população local eram em grande parte supridas por uma bela escola, situada em um dos cantos da praça, entre esta e o Canal do Mangue. Inaugurada em 4 de agosto de 1872, com a presença do Imperador e vários ministros, foi a primeira instituição de ensino municipal do Rio de Janeiro, construída a partir de uma proposta da Câmara. Foi batizada com o nome de São Sebastião. Para atender a um público diversificado, determinou-se que, além da instrução primária durante o dia, fossem ministradas aulas noturnas aos operários e mestres de obras, uma novidade então."
"O prédio, de estilo clássico e sóbrio, prosseguiu sua missão por várias décadas, fazendo parte do cotidiano dos habitantes e se tornando um ponto de referência tão conhecido quanto o chafariz da praça, de Grandjean de Montigny, hoje no Alto da Boa Vista. Mudanças políticas advindas com a República, contudo, fizeram com que seu nome mudasse para Benjamim Constant, em 1897.
Após quase 70 anos de atividade, a escola, como a própria praça, iria desaparecer na abertura da Av. Presidente Vargas, iniciando o esvaziamento de um bairro cuja rica e pulsante vida ficaria para sempre retratada nas letras dos sambas de outrora."
Fonte : Rio Antigo por Paulo Pacini
“O projeto não é uma simples representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma ideia; é o futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma ideia a transformar em ato" Machado 2000